quarta-feira, novembro 16, 2016

::Resenha:: Insane Driver


Quando o Insane Driver me foi apresentado, comecei a pesquisar um pouco sobre a banda, a fim de conhecer melhor sobre quem eu escreveria, como sempre faço e imediatamente já pude perceber uma qualidade da banda (até mesmo antes de ouvir o som). Essa qualidade é a coragem. Pois não é qualquer banda que tem culhões para assumir ter influência de uma banda como o AvengedSevenfold, por exemplo, banda que enfrenta grande aversão por parte do público mais antigo e conservador do metal. Além disso, o agora ex-vocalista Marcos Bolsoni escolheu “homenagear” o grupo de pagode Molejo na sessão de fotos para o CD, usando uma camiseta que imita aquela clássica camiseta dos Ramones, com os nomes dos integrantes em um círculo. Brincadeira por parte do músico ou não, é uma atitude que com certeza pode desagradar a mesma ala de fãs mencionados anteriormente, o grupo mais radical que acredita que o metal deve ser levado mais a sério, sem dar espaço para o humor. E por último ao mesclar estilos tradicionais com vertentes mais modernas em sua música. Tudo isso, me fez chegar à conclusão de que são músicos corajosos. Entretanto, nada disso deveria ser levado em consideração, pois se você está no metal é por paixão e diversão, pois ninguém entra na cena atrás de dinheiro. Portanto, se você está se divertindo e fazendo o que gosta, no fim das contas é a única coisa que importa. E ao passear pelas redes sociais da banda e por suas composições, isso parece ficar evidente.

Após toda essa divagação (não propositada), vamos ao que interessa. O Insane Driver é uma banda de São Paulo-SP, fundada no ano de 2013 e chega esse ano ao seu primeiro álbum, que leva o nome da banda como título.

É importante destacar a arte gráfica do CD. Todo o conceito e execução que ficaram a cargo de Alexandre Santos e Fabiola Russo são trabalhos muito bem desenvolvidos. O amadorismo não passou nem perto aqui. O cuidado para um ótimo resultado é nítido. O encarte é composto de imagens que traduzem alguma das letras. E a capa mostra um mundo destruído com um carro vermelho do tipo Mustang em destaque. Parabéns aos responsáveis por este ótimo trabalho.

“Endless Path” abre o álbum com um instrumental só de cordas. Sem peso, sem distorção.Só violão, dedilhados e muita técnica introduzindo uma bela atmosfera ao que vem pela frente.

Dando início ao peso do álbum, surge “The Edge of Life”, logo de cara mostrando muito entrosamento e harmonia especialmente entre as cordas. Belas passagens do baixo, junto às guitarras, dando um ótimo preenchimento das lacunas. Riffs realmente muito bons das guitarras trabalhando em conjunto, proporcionando um resultado coeso. Destaque também para o trabalho dos vocais, tanto dos coros, quanto de outras passagens. A voz de Marcos pende mais para o Heavy Metal, mas com mais grave do que o Heavy tradicional.

“Firstly My Breakfast” começa com um belo groove do baixo acompanhado pela bateria que incorpora uma ótima levada à música. Que som agradável do baixo com as notas sendo muito bem executadas. A cozinha convoca as guitarras e o vocal para se juntarem em uma das melhores faixas do CD, com provavelmente o refrão mais marcante do trabalho. Muita variedade nas vozes, ora uma linha vocal mais melódica, ora mais agressiva. Elementos de metal core e thrash metal também estão presentes nesta faixa. O baixo ganha mais um destaque com uma linha praticamente só dele. Bons solos de guitarra estilo heavy metal também dão as caras por aqui.

“Tide of Fears” tem um início bem melódico. Com instrumental acústico e vocal limpo, sem agressividade. Mais uma música muito bem desenvolvida e executada, passando uma ótima impressão de profissionalismo, como todas as músicas passam. Umas mais que as outras. Essa é a faixa mais longa do álbum, chegando à quase sete minutos de duração e embora tenha algumas passagens mais pesadas, sua atmosfera é mais melódica.

“Change” tem uma das pegadas mais pesadas do full-length, liderada por uma bateria precisa. O trabalho das vozes também é um dos grandes responsáveis pelo peso e agressividade desta faixa.

“Today Is Sunday” apresenta riffs muito bons e marcantes, além de duetos das guitarras e boas levadas da cozinha. O vocal se arrisca em uma área diferente, com vocais mais agudos e rasgados, até lembrando algumas músicas do Judas Priest, guardadas as devidas proporções.

Fechando o álbum, a banda apresenta a faixa “Tears of Blood”. Metade desta faixa é apenas piano e voz. Por volta dos três minutos, bateria, baixo e guitarra chegam acabando com a paz. “Tears of Blood” mostra mais um ótimo trabalho das guitarras com arranjos e solos realmente muito bem trabalhados.

O tempo total do álbum também é bom, com quase uma hora de duração. A maioria das faixas possuem mais de cinco minutos.

Quando você possui um bom trabalho em mãos para escrever a respeito, a resenha se torna prazerosa e quando você percebe, escreveu mais do que deveria. Portanto, antes que a leitura se torne cansativa, finalizo parabenizando todos os músicos e demais responsáveis pelo debut album do Insane Driver. E que álbum de estreia. É um álbum muito bem produzido e executado. Inteligente e experiente. Coisa de banda com muitos anos de estrada. O Insane Driver não é uma banda que se encontra em qualquer esquina. Fogem do óbvio, oferecendo uma gama de criatividade e experimentos com bons resultados. Vale muito à pena conferir, caso ainda não conheça. E se já conhece, ouça novamente em um dos links abaixo:

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