sexta-feira, dezembro 28, 2018

::Resenha:: Queiron - Endless Potential of a Renegade Vanguard


Um dos grandes expoentes do metal extremo do interior paulista, o Queiron iniciou suas atividades no já longínquo ano de 1995. São 23 anos de um som insano, brutal, técnico e totalmente verdadeiro, sem modismos ou invenções desnecessárias. "Endless Potential of a Renegade Vanguard" é mais um degrau na consolidada e respeitosa carreira desta banda. Trata-se do quinto full-length dos paulistas de Capivari, gravado no Estúdio RG Produções por Guilherme Malosso e Ricardo Biancarelli em Americana-SP. Guilherme também foi o responsável pela mixagem no mesmo estúdio. A masterização foi feita em Capivari no Estúdio Absolute Master por Neto Grous. A arte da capa leva a assinatura de Alcides Burn, que já trabalhou com Imago Mortis, Funeratus, Krisiun e diversas outras bandas. O álbum foi lançado pelo selo Heavy Metal Rock. 

Assim que os primeiros acordes distorcidos alcançam os fones de ouvido, o pensamento que veio à mente deste que vos escreve foi puro e simplesmente "Sim, o Queiron está de volta". Não, a banda não esteve inativa nos últimos tempos, mas a espera entre o excelente "Sodomiticvm per Conclave" e a nova obra foi de cinco anos. No entanto, já posso adiantar que a espera valeu a pena. Composto de nove faixas e quase cinquenta minutos, o trabalho é extremo e refinado, brutal e técnico, veloz e pegado. A identidade do Queiron está lá, mantida como sua marca registrada (por isso digo que estão de volta). Timbres e riffs característicos que nos permitem facilmente identificar os responsáveis pela pedrada sendo disparada. A introdução "Imperia Caedes" com trechos de notas em violão, riffs que já nasceram clássicos, blast beats e narrações sobre pragas e mortes no século XIV abrem terreno para "Pestis Pain".

É bom lembrar que este é o primeiro registro com a atual formação, que conta com Marcelo Grous (vocal/guitarra), Luciano Fernandes (guitarra), Luis Hellthorn (baixo) e Oscar M. Vision (bateria). E, no entanto, a sonoridade mantém-se fiel ao espírito da banda, que fala mais alto do que qualquer mudança na formação. Este trabalho soa como uma continuação do anterior, saciando a sede dos fãs que buscavam matar a saudade da banda no álbum de 2013.

As guitarras de Marcelo e Luciano estão em perfeita harmonia, moldando o peso com o imponente auxílio da cozinha, tudo sob um grande entrosamento de todos os músicos. O vocal de Marcelo também merece um ponto à parte, que, mais de vinte anos após a fundação da banda, ainda se mantém em plena forma. É notável também, que mesmo mantendo sua essência e raízes, a criatividade ainda tem muito espaço nas composições da banda, o que por si só já merece todos os méritos, pois manter identidade e criatividade após tanto tempo em um estilo como o Death Metal não é uma tarefa simples. Essa originalidade evidencia-se em faixas como "Denial Upon the Heavenly Scorn" e "King of Damned Proclamation".

Todas as composições merecem grande atenção, mas "Pestis Pain", "Thombs I Desecrate" e a faixa-título se sobressaem como as grandes obras do conjunto. (Obviamente, essa é uma escolha pessoal). A produção deixou o álbum com um acabamento refinado, limpo e brutal, soando exatamente como deve ser, dando o tratamento que o grandioso quinto álbum do Queiron mereceu. Sem dúvidas mais um trabalho que fortalece o grande legado desta instituição do metal brasileiro. Longa vida ao Queiron!

O álbum pode ser adquirido diretamente com a banda através de sua página no Facebook ou na loja da Heavy Metal Rock:

Queiron - Facebook
Heavy Metal Rock

As Dramatic Homage lança novo single


Se aproximando dos vinte anos de estrada, os cariocas do AS DRAMATIC HOMAGE divulgaram neste mês o websingle "Consternation", disponível para audição online na plataforma Bandcamp (link ao fim da matéria). Com uma belíssima capa assinada por Gustavo Sazes, artista que já trabalhou com as bandas Machine Head, Arch Enemy e Morbid Angel, dentre outras, a arte transmite uma ideia profunda e introspectiva, que se confirmam com a audição do single e ainda mais ao acompanhar as ideias expressas na letra. Os instrumentos foram gravados no Thafstudio, enquanto os vocais foram gravados no Hcs Studio no Rio de Janeiro-RJ. A mixagem e a masterização foram realizadas por Thiago Freitas no Thafstudio e a produção ficou por conta de Thiago Freitas e do vocalista e guitarrista Alexandre Pontes. 

O som de "Consternation" é atmosférico e melancólico, pesado, cadenciado e melódico, com vocais rasgados e limpos somando às guitarras e teclados, que se destacam para o surgimento de uma grande criação. Uma obra muito bem construída e com fluidez natural. Possui originalidade, força e bebe de diversas fontes, como black, doom e metal progressivo. O websingle merece destaque pela arte visual e pelo conteúdo de sua música e deixa fãs e mídia ansiosos pelo próximo lançamento da banda. 

O AS DRAMATIC HOMAGE possui ainda em sua discografia duas demos, um EP, um single e o álbum "Crown" lançado no ano de 2012. 

O novo single está disponível para audição no link abaixo:

sexta-feira, dezembro 14, 2018

Psychotic Eyes lança disco acústico de Death Metal


Violões e vocais guturais! Essa é a receita minimalista, porém ousada, de "Olhos Vermelhos", o primeiro disco acústico de death metal da história que o Psychotic Eyes lançou nesse dia 13 de Dezembro, aniversário de 17 anos da morte de Chuck Schuldiner.

"Olhos Vermelhos" foi gravado, mixado e masterizado no estúdio HBC Records em Guarulhos/SP por Humberto Belozupko. O trabalho reúne a faixa inédita "Olhos Vermelhos" - baseado num poema de Luiz Carlos Barata Cichetto - e também, em novos arranjos, "The Hand of Fate" - música presente no álbum de estreia - além de "Life" e "Dying Grief", ambas de "I Only Smile Behind The Mask" (2011). A capa de "Olhos Vermelhos" é assinada pela artista plástica gaúcha Nua Estrela.

“Finalmente "Olhos Vermelhos" ficou pronto! Foram anos de trabalho, desde a concepção da ideia de um disco de Death Metal acústico, passando pela composição, arranjos, gravação, mixagem e masterização. Nesse período, as vidas dos integrantes sofreram todas as reviravoltas possíveis, paternidade, mudanças de emprego e de endereço. Ao mesmo tempo, descobrimos que a tarefa de gravar death metal de maneira acústica é algo assustadoramente difícil. Mas conseguimos! A agressividade e a violência do estilo estão lá, mesmo que não haja guitarras distorcidas, baixo pulsante ou uma bateria tocada em alta velocidade. Os vocais guturais e as melodias macabras dão conta do recado e mostram a riqueza do estilo, mesmo que a sonoridade esteja mais suave pelo uso de violões. Creio que conseguimos produzir uma música inédita, ousada e original, sem precedentes no estilo. Exatamente como foi a obra de Chuck Schuldiner, que queremos homenagear lançando o disco na data de sua morte. Um dos dias mais tristes da minha vida, quando o mundo perdeu um dos artistas mais geniais de todos os tempos. Um cara cuja falta sinto até hoje. Tenho certeza que ele apreciaria nossa ousadia em dar uma roupagem acústica e mais delicada ao estilo musical que ele ajudou a criar, a moldar e a definir, sempre expandindo fronteiras, rompendo parâmetros e preconceitos, usando de elementos inusitados, inovadores e, porque não, filosóficos.”, declarou Dimitri Brandi, vocalista/guitarrista/violonista do Psychotic Eyes. Completa a atual formação da banda o baixista/violonista/vocalista Douglas Gatuso.

Ouça "Olhos Vermelhos" na íntegra no Youtube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLQ-eSaID7Q18T2DUxZ-jd9Mh95HndSTd_ 

Em breve serão divulgados links do EP em outras plataformas de música.

Fonte: Som do Darma

sexta-feira, novembro 23, 2018

::Resenha:: Dysnomia - Anagnorisis

Dysnomia - Anagnorisis

Dois anos após o lançamento do excelente álbum de estreia Proselyte, os são carlenses do Dysnomia retornam em grande estilo com Anagnorisis. Produzido pela própria banda e por Gabriel do Vale. Gravado, mixado e masterizado no Nova Estúdio em Araraquara-SP também por Gabriel do Vale. Quem assina o belíssimo trabalho de capa e de arte visual é o artista Carlos Fids da Artside Studio. 

Anagnorisis marca o primeiro trabalho do Dysnomia com o guitarrista Fabricio Pereira e evidencia a banda em seu auge (até aqui). As composições e a produção mostram evolução e uma clara preocupação com músicas mais técnicas, sem nunca abandonar o peso e o feeling característicos dos paulistas, que tiveram enorme importância em ótimas faixas do "Proselyte". 

O entrosamento (especialmente entre as duas guitarras) é algo palpável e natural. Fabricio encaixou no line up como a última peça do quebra-cabeça. Em diversas passagens, os músicos apostam em bases mais melódicas, fazendo contrapontos muito bons à agressividade  e criando boas variações rítmicas que enriquecem a identidade do Dysnomia. O vocal rasgado de João está ligeiramente diferente. Érik em absoluto controle de seu instrumento, despeja blast beats e pedais duplos de maneira inteligente e em perfeita harmonia com o pesado baixo de Denilson. Todas as faixas são grandes composições, mas destaco "Anagnorisis", que, sem dúvidas merece abrir o álbum e 'batizá-lo', "Vorax Chronos", "The Fall of Phaethon" (que ganhou Lyric Video no fim do ano passado), "Library of Babel" e "Sertões", com violões e arranjos de guitarra que realmente remetem à cultura nordestina, além de uma citação de Patativa do Assaré. Talvez a minha preferida de todo o trabalho. A produção captou perfeitamente peso, técnica, vibração e brutalidade da banda. O resultado final entrega uma sonoridade excelente, sem comprometer o metal extremo executado. Para acompanhar a musicalidade, as letras seguem o mesmo padrão de qualidade. Aqui não tem nada escrito de qualquer jeito, letras juvenis ou forçadas. A conversa é com quem sabe sobre o que está falando. Mitologia, religião, questionamentos e liberdade abordados de maneira inteligente e filosófica. O que torna Anagnorisis um disco ainda mais complexo e completo. 

Proselyte foi o álbum que, junto à primeira apresentação que assisti da banda, me tornou fã de seu trabalho. Por esse motivo, tive uma certa relutância em escrever essa resenha pelo receio em acabar fazendo uma comparação entre os dois álbuns. No entanto, Anagnorisis não pode ser colocado como melhor ou pior do que o primeiro full-length. É a continuação da história de uma banda com incrível potencial para figurar entre os principais nomes do metal nacional. Sem exageros e justiça seja feita, não vejo o Dysnomia em outro lugar que não seja este. A essência mantém-se a mesma, mas a criatividade e a forte identidade se sobressaem, o que faz com que seja um álbum diferente e com o mesmo nível de qualidade. Soa como deve soar, superando as expectativas de fãs e críticos e galgando um lugar entre os melhores trabalhos nacionais do ano. Ao menos na opinião deste que vos escreve.

O álbum está disponível nas versões digital e física nos links abaixo:

Versão física:


Versão digital:

quarta-feira, novembro 21, 2018

Imperador Belial divulga nova música



O novo full length do Imperador Belial, intitulado “Curse Of Belial”, já está pronto e disponível, porém inicialmente, as vendas estão sendo feitas apenas na Europa pelo selo russo Narcoleptica Productions.

E para não deixar os seguidores sul-americanos sem um gostinho da destruição que está por vir, a banda vem liberando pouco a pouco as músicas em seu canal no YouTube, e agora foi a vez da faixa “Deicídio”, mostrando um Black Metal em sua forma bruta e cantado em português.

Os fãs interessados em adquirir sua cópia imediatamente podem entrar em contato acessando www.facebook.com/narcolepticaprod/.

A disponibilidade para o Brasil está previsto para o primeiro semestre de 2019, reserve já a sua diretamente com o Imperador Belial: www.facebook.com/imperadorbelial666/

Fonte: Sangue Frio Produções. 


Sacrificed: Baterista deixa a banda

Thales Piassi - Ex baterista do Sacrificed

A banda Sacrificed, Heavy Metal de Belo Horizonte-MG em meio à divulgação do aclamado novo álbum "Enraged", lançado no meio deste ano vem a público através de suas redes sociais para anunciar uma baixa em sua formação. Trata-se do baterista Thales Piassi, que precisou se desligar da banda por razões profissionais. Confira abaixo o pronunciamento do Sacrificed, divulgado na tarde do dia 20 de novembro:

"Membro da Sacrificed desde 2011, o baterista Thales Piassi, por motivos profissionais, se despede da banda. Desde a turnê de divulgação do álbum The Path of Reflections, foram inúmeros os momentos importantes em que o músico esteve com o grupo, como o lançamento dos videoclipes de Call of Insanity, Before a Dream, Shame e Meet your Fate, os singles Interlude e Grudge is My Midle Name, bem como o álbum Enraged, além de memoráveis participações em festivais e shows, como as aberturas de Kamelot, The Agonist, Eluveite, Lacuna Coil, entre outros. Desejamos ao nosso companheiro muito sucesso na sua jornada.
A banda cumprirá sua agenda, e estão confirmados os seus próximos shows em Lagoa Santa, no próximo dia 24, e Belo Horizonte, no Mr Rock, no dia 8 de dezembro. Fiquem atentos em nossas redes sociais para todas as novidades."

O álbum Enraged foi lançado através do selo Shinigami Records e está disponível nos formatos físico e digital. Confira abaixo a resenha deste trabalho, feita pela Morticínio Produções:

terça-feira, novembro 20, 2018

::Resenha:: Hutt - Apocalipster

Hutt - Apocalipster

Após dezessete anos levando a expressão música extrema ao pé da letra, o Hutt surge com seu terceiro álbum. Intitulado de "Apocalipster", o trabalho foi lançado pela Black Hole Productions. Fundada em 2001 na capital paulista, a banda executa um grindcore aliado ao death metal, unindo criatividade, bom humor, críticas político-sociais e muita agressividade. O álbum foi gravado e mixado no Estúdio Datribo por Ciero e André Stuchi entre 2014 e 2017 e masterizado por William Blackmon. Tanto a capa quanto toda a arte visual do CD remetem à quadrinhos. Não por acaso, pois de acordo com informações no encarte, as imagens foram "gentilmente surrupiadas de Revista Calafrio Edição de Colecionador 1989 e Mestres do Terror 53 (Editora de Arte). Almanaque de histórias satânicas (Editora Taika) e Cripta do Terror Edição 1,2,3 (Editora Record). 

No melhor espírito grind, Apocalipster apresenta 25 faixas e 26 minutos de duração, onde a faixa mais curta possui 12 segundos e a mais longa exatos 2:01. No entanto, quem foi que disse que música boa precisa ser longa? Aqui o papo é direto e reto, sem tempo para firulas. Se você está procurando por violência sonora sem virtuosismos, você encontrará aqui. 

O timbre da guitarra é grave e a cozinha evidencia essa característica inserindo ainda mais peso à sonoridade. Palhetadas velozes encaixadas em blast beats desenfreados na trilha sonora do caos. Os vocais fazem uma parceria insana com um tradicional e grave gutural e um urrado mais agudo que beira ao desespero. 

Além das principais características, que são a velocidade e a brutalidade, em alguns momentos o Hutt também encaixa levadas e grooves, igualmente pesados, que soam de maneira coesa e natural, como nas faixas "AUSC" (Andarilho Uruguaio Sem Cabeça), "Nasceu Pra Ser Inglês" (que tem um dos baixos mais pesados e sujos de todo o álbum), "Fume", "Seja Bem Vindo Ao Circo", dentre outras. 

"Serão os Esquimós Índios em Iglus?" (o melhor título dentre as músicas do álbum) é a já mencionada faixa mais curta com doze segundos de duração e funciona como uma introdução para "Carimbador", uma das mais extremas e pesadas obras do CD. O riff inicial é propositadamente muito parecido com o da anterior, mas essa não economiza nos blast beats e berros guturais, além de envolventes palhetadas cadenciadas e abafadas. 

A décima terceira faixa leva o nome da banda e é pura e simplesmente uma tiração de sarro entre os integrantes, mas que nem por isso deixa de ser brutal. 

"Eldorado" é uma das mais longas e trabalhadas de Apocalipster, fazendo uso de elementos não tão explorados, que levam esta composição mais para o lado do metal do que do grindcore propriamente dito, como levadas em pedais duplos e a própria construção e evolução da mesma.

Além da destruição musical presente de cabo a rabo nas 25 músicas deste full-length, o Hutt proporciona reflexão com algumas críticas e risadas em outros momentos. Algumas narrações, como  uma antiga e cômica reportagem sobre "metaleiros" durante o início do governo de Tancredo Neves como uma introdução para "Desempregrind" (outro ótimo título), um hilário "cês canta muito gritado..." nos últimos segundos de "Shurimburi" e um trecho retirado da música "Delegado Lobo Negro" da desconhecida dupla Léo Canhoto e Robertinho no início e no fim de "Tiro e Teco". 

Resumidamente, Apocalipster é um álbum bem produzido, extremo, pesado, veloz, pegado e divertido (!!) de se ouvir e como grande parte dos álbuns de grindcore, seu maior defeito é chegar ao fim tão rápido. 

O álbum está disponível para venda com a Black Hole Productions nos link abaixo:

Versão física:

e-mail
Versão digital:

Bandcamp Black Hole

Shadow Legacy: Confira novo lyric video

Já com a versão física de seu novo álbum, ‘Lost Humanity’, disponível para venda, o Shadows Legacy lança um novo vídeo apresentando mais uma música inédita retirada do trabalho. A faixa escolhida é ‘Back On The Road’, uma das mais energéticas do disco. 

‘Lost Humanity’ já está com sua versão física disponível para venda. Quem quiser comprar, o material pode ser encontrado diretamente com a banda, por e-mail e pelos canais digitais do grupo. Envio para todo Brasil! Alguns canais de WhatsApp também foram disponibilizados: (067) 99287-5362 (Leandro Motta) ou (067) 99257-3791 (Max Batista).

O álbum foi gravado no estúdio Anubis e produzido pelo músico e produtor Aldo Carmine, com arte assinada por Léo Amorim.

O Shadows Legacy está preparando um grande show de lançamento de ‘Lost Humanity’ em Campo Grande. O show acontece no dia 24 de novembro, no Blues Bar MS. Mais informações pelo link: https://www.facebook.com/events/1762834470505189/

Para quem vai no show, existe uma opção de comprar o ingresso e o CD juntos a preço promocional. Saiba mais aqui: https://www.sympla.com.br/lancamento-2-album-lost-humanity-shadows-legacy-blues-bar-ms__389817



Fonte: Metal Media


Confira o lyric-video abaixo:

::Resenha:: Deep Memories - Rebuilding The Future

Deep Memories - Rebuilding the Future

Douglas Martins, natural de Americana-SP está de volta à cena do metal underground. O músico, que foi frontmant da banda Desdominus, dominando guitarra e voz em duas demos e no clássico álbum "Without Domain", não teve nenhuma obra registrada por cerca de 15 anos. No entanto, todo esse tempo, certamente serviu de muito aprendizado, pois em 2018, ele retorna com o projeto Deep Memories, lançando no mesmo ano o EP "Into Deep..." e o álbum "Rebuilding The Future". 

O full-length é uma prova cabal da polivalência de Douglas. Além de ser o dono dos vocais, tocar todos os instrumentos e compor músicas e letras; gravação, produção e capa também foram suas responsabilidades neste álbum. O trabalho foi gravado e produzido entre 2016 e 2018 no AJM Studio em Americana-SP e lançado pelos selos Heavy Metal Rock e Misanthropic Records no Brasil e pela Invasion of Solitude Records no Japão.

As letras abordam solidão, morte, depressão, decepções e demais momentos enraizados em nossas memórias e a sonoridade casa perfeitamente com essa temática. O som é composto essencialmente de elementos de Black, Death e Doom Metal, além de diversas outras influências, como o Metal Sinfônico e Progressivo. "Rebuilding The Future" é um trabalho complexo, rico e profundo e, seguramente, encontrar algo com tamanha qualidade não é uma tarefa simples. São oito faixas, sendo uma instrumental, onde Douglas consegue transmitir uma introspecção nas letras e até mesmo na sonoridade das obras.

O clima envolvente nas composições é criado com guitarras que remetem ao black e doom metal, em riffs cadenciados e notas fortes nos teclados que junto ao vocal agudo rasgado, e ainda em plena forma, fortalecem a atmosfera das obras. A produção impecável dá às músicas o tratamento que elas merecem. Toda a obra é de um grande envolvimento do músico. No entanto, algumas partes acabam se destacando, como os trabalhos vocais. A união entre os vocais rasgado, gutural e limpo dão um grande resultado na proposta da banda e soam de maneira natural e agradável à musicalidade.


As cinco primeiras músicas, como em uma ópera, são divididas em partes e realmente funcionam como uma grande obra, com letras e músicas se conectando, contando uma história contínua e complexa. A belíssima "When The Time For My Last Breath Comes" abre o álbum como uma das mais longas e profundas do álbum. As cinco partes contam com belos solos de guitarra, bateria cadenciada em pedais duplos precisos, e harmoniosas notas de teclado em dueto à bases pesadas de guitarra, além de coros e levadas mais agressivas, destilando versatilidade. As faixas "Between Two Dimensions" e "Looking At The Black Mirror" seguem um tom mais melancólico, mesclando cadencia e agressividade, especialmente nos contrastes dos vocais limpos melódicos com os urros rasgados e graves.

São inúmeros grandes momentos em todo o CD e é difícil pontuar um ou outro como melhores momentos, mas alguns trechos "saltam aos ouvidos", como as belas notas de teclado em "Suffocating Grayish Darkness", o solo de baixo em "There Is No End", os belos e muito bem construídos riffs de guitarra em "The Bitter Taste of Illusion" e a riqueza e diversidade da faixa mais longa "Explicit Way to Relieve Pain", com quase oito minutos de duração.

A Deep Memories encerra este grandioso trabalho com a instrumental "Erased Directed Mindsets", que com os teclados atmosféricos dão a impressão que te transportarão para um estado de transe mental.

Um pequeno adendo ao trabalho é uma falha no encarte, onde a letra de "There is No End" foi impressa duas vezes, uma delas no lugar onde deveria estar a letra de "Suffocating Grayish Darkness". Uma pena, mas nada que comprometa o excelente resultado final. A letra ausente nesta versão do encarte, no entanto, pode ser acompanhada no Lyric Video divulgado este mês no canal da banda no Youtube.

O álbum está disponível nas versões física e digital:

Para comprar o CD:

Deep Memories Loja Oficial

Para ouvir online:

Deezer
iTunes
Spotify
Youtube

sábado, novembro 17, 2018

::Resenha:: Eskröta - Eticamente Questionável


Três garotas são as responsáveis pela energia e mensagem transmitida pelo som da Eskröta. A banda foi fundada em 2017 e sem tempo a perder, foi galgando o respeito de fãs e se destacando na cena do metal paulista e até nacional. No fim deste mês, o trio se apresenta no badalado festival Maniac's Metal Meeting em Rio Negrinho-SC ao lado de grandes nomes do metal brasileiro. Cerca de um ano após a fundação da banda (que foi um quarteto no início), o EP debutante "Eticamente Questionável" chega no cenário do underground nacional. Lançado em maio de 2018, o novo trabalho teve a colaboração de diversos profissionais e estúdios, a saber: Léo Mesquita e Jurema do Estúdio Warzone, responsáveis pela gravação instrumental; Andrey do Estúdio Válvula 9 (vocais). Mixagem por Léo Mesquita do Estúdio Warzone e masterização por Prika Amaral (Nervosa) do Somma Prods. A arte que compõe o EP ficou sob a responsabilidade de Victória Santos. Além disso, o trio contou com algumas participações em backing vocals, como Sarah Neves, Leã Davidson, Daniel Pacheco, além das próprias integrantes da banda. 

"Eticamente Questionável" possui sete obras autorais da Eskröta e tem duração de 17 minutos. A produção alcançou um nível muito bom e a qualidade da banda certamente se destaca. O som é, essencialmente um Thrash Metal crossover. Destilado em toda sua honestidade, energia, gana e naturalidade. 

"Desumana Ação" abre o EP com um início cadenciado que logo dá espaço para a velocidade dos riffs e percussão. O vocal rasgado de Yasmin Amaral, cantado em português transborda agressividade para a interpretação das letras. O refrão é um dos pontos de destaques da música, com bases pesadas encaixadas em levadas envolventes. A baterista Miriam Momesso demonstra intimidade e bom repertório com o instrumento, com inteligentes levadas na condução. 

"Bife do Inferno" tem uma pegada compassada muito boa, controlada nos pedais duplos da bateria, seguida de bases que remetem ao punk. Esta é uma das composições mais crossover do EP. Velocidade é uma das marcas principais da faixa, aliada ao refrão cantado a plenos pulmões por Yasmin e Tamy Leopoldo, cujo backing vocal faz um contraste muito funcional. Mais uma vez fazendo uso da condução, a bateria junto às bases cadenciadas cria um dos momentos mais chamativos da obra. 

Em "Episiotomia", a influência punk também dá as caras com riffs rápidos e diretos. A letra aborda o procedimento médico realizado durante partos para facilitar seu trabalho. A decisão parte do médico e a mulher geralmente não tem escolha. O refrão da música é bem trabalhado e cantado com força e a variação rítmica é uma dos melhores do trabalho, com destaque para a queda de tempo e o solo de guitarra. 

"Crime Hediondo" denuncia e ataca o estupro e estupradores e a cegueira da sociedade, que comumente acaba por culpar a mulher ou relativizar algumas situações que ocorrem mesmo dentro de casa por pessoas próximas. O refrão da música é forte e marcante, com riffs bem construídos. Merece destaque também o ótimo casamento entre solo e base.

A quinta faixa, intitulada de "Executável", é uma das mais ricas do CD. Com uma introdução arrastada, o baixo insere peso e corpo à obra. O trecho inicial remete à época Chaos A.D. e Roots do Sepultura. A guitarra adiciona sujeira e velocidade em um riff que, junto à  percussão, certamente devem abrir algumas rodas em seus shows. A variação das vozes funciona muito bem na atmosfera da música. E assim como nas outras composições, o refrão é um dos pontos de destaques. Esse, inclusive, é bastante forte. "Luta e morte por um ideal" é gritado repetidamente pelas garotas. Essa letra aborda vida e morte da ex-vereadora Marielle Franco do Rio de Janeiro, assassinada em março de 2018.

A faixa-título é uma pedrada que demonstra a veia crossover da banda, com influências de thrash, punk e até death metal. Velocidade, peso, sujeira, técnica e alma são as principais características que compõem esta criação. A letra enfia o dedo na ferida das inúmeras hipocrisias da sociedade. Excelente título escolhido, tanto para a música quanto para o EP.

Fechando o CD, a  música mais curta dentre todas. Intitulada de "Mulheres", em pouco mais de trinta segundos e três frases, as minas deixam sua mensagem. Um solo rápido de baixo introduz a obra e a paulada é curta e eficiente.

O EP "Eticamente Questionável" é um senhor pontapé inicial para uma banda com pouco tempo de estrada. Yasmin, Tamy e Miriam acertaram a mão no trabalho. Criatividade, energia, revolta, paixão e honestidade atropelando tudo em uma harmonia headbanger. Ou melhor, headbangirl! Parabéns às garotas e aos envolvidos na criação desta criatura.

O EP está disponível nos formatos físico e digital. Para comprar o digipack, entre em contato com a banda através de sua página no Facebook: https://www.facebook.com/eskrota/

Audição online:

Bandcamp
Deezer
Spotify
Youtube

sexta-feira, novembro 16, 2018

Orthostat divulga capa de novo álbum


A banda catarinense de Death Metal Orthostat já divulgou a capa do seu vindouro álbum “Monolith of Time”, previsto para janeiro de 2019.

Desenhada pelo artista austríaco-mexicano Carlos Bercini a arte busca transmitir um pouco mais a temática do grupo, confira:


Mais informações sobre o artista aqui: https://www.facebook.com/bercinicarlos/ 

Gravado e produzido no Studio Hellfrost, em Jaraguá do Sul/SC, “Monolith of Time” já está em processo de mixagem e masterização feita na totalidade por David Lago. Recentemente o ORTHOSTAT divulgou uma campanha de crowdfunding visando buscar apoiadores para este lançamento, acesse o link a seguir e ajude o trio neste trabalho: 


Confira abaixo o teaser do próximo álbum, divulgado no último mês pela banda:


Fonte: Sangue Frio Produções

quinta-feira, novembro 15, 2018

Lethal Sense disponibiliza trabalhos no Bandcamp


Oriundos de Bento Gonçalves, interior do Rio Grande do Sul, o Lethal Sense (Death Metal) foi fundado em 1998 e possui diversos registros lançados. A notícia para os fãs que acompanham a banda é muito boa, pois o grupo recentemente disponibilizou seus principais trabalhos no site BandCamp para audição gratuita e online. Trata-se de "Lethal" de 2006, "The Trip" de 2012 e o mais recente álbum, "Toxic Zumbie", lançado em 2016. Em breve estes trabalhos também estarão disponíveis nas demais plataformas de streaming mundial. 

Além da disponibilização dos álbuns, o Lethal Sense também iniciou a venda de camisetas oficiais do já mencionado "Toxic Zumbie". As camisetas estão disponíveis em todos os tamanhos, além das opções baby look para mulheres. Para conferir os modelos das camisetas e saber mais detalhes, acesse o endereço: https://sanguefrioproducoes.com/n/1418

Confira abaixo os links dos álbuns para audição online:


Fonte: Sangue Frio Produções

terça-feira, novembro 13, 2018

::Resenha:: Facada - Quebrante


Comemorando 15 anos destilando agressão sonora, o Facada chega à seu quarto full-length. O título escolhido para o novo álbum, lançado em junho de 2018 foi "Quebrante". Lançado pela Black Hole Productions, o CD contém 23 faixas. Mixado e masterizado por William Blackmon. A capa foi desenvolvida por Nelson Oliveira e a parte gráfica recebeu uma atenção especial. O encarte se abre em formato de pôster, revelando a totalidade da arte e não somente o um sexto à que fica limitado pela caixa do CD. As gravações das músicas deste trabalho vem sendo feitas desde 2014 em diferentes estúdios, o que demonstra o bom trabalho desenvolvido na mixagem e masterização por manter uma sonoridade padrão em todo o CD. A violência sonora impera em qualidade em todo o álbum.

A sonoridade da banda se mantém fiel ao estilo desde sempre. Algumas composições do "Quebrante" remetem ao "Nadir", álbum de 2013, possivelmente pela proximidade do lançamento deste álbum com o início das gravações do mais recente trabalho. 

"Deixa o Caos Entrar" é uma boa introdução. Instrumental, com peso, boas levadas, grooves e uma veia thrash/death metal, anunciando a insanidade que se segue com "Nós Somos o Veneno". Direto ao ponto, sem tempo para enrolações, blast beats e riffs venenosos em altíssima velocidade e um vocal grave urrado lembrando registros da velha escola do grindcore. 

O casamento entre levadas arrastadas com blast beats e riffs velozes funciona muito bem, criando composições com mais variedade do que simplesmente tocar o mais rápido possível a todo segundo do álbum. O Death Metal se faz muito presente nas criações dos cearenses e dá as caras em diversas bases insandecidas das guitarras e nas percussões incansáveis. "Apenas Mais Um Igual a Mim", "O Pior de Todos", "Tudo Me Faltará" e "Vogelfrei" são alguns exemplos de faixas que seguem essa linha.

A faixa-título "Quebrante" tem uma introdução com uma boa levada na bateria que o resto da banda acompanha até um típico riff rápido e ríspido que abre a roda criando a expectativa da roda de pogo que certamente não deve ser nada pacífica nos shows do Facada.

As letras ácidas fazem diversas críticas à pessoas falsas, com desvio de caráter, à sociedade e sua necessidade de impor suas vontades sobre os indivíduos, à futilidades e religiões, dentre outros assuntos abordados.

Além do metal extremo, há também momentos com nítidas influências de punk na música do Facada, como em "A Maldição da Rede", "Sumir"e "A Vitória da Diva".

"Eu Sei Como É Morrer" e "Putrescina", além do peso e velocidade apresentam alguns dos riffs que mais se destacam em toda a obra. A primeira tem uma letra igualmente interessante e a segunda tem um início quase psicodélico com distorções atmosféricas das guitarras.

Em um álbum onde a média de tempo das músicas é de aproximadamente um minuto e meio, a faixa "Feliz Ano Novo" é o trabalho mais longo apresentado, com exatos dois minutos e treze segundos e tem uma levada cadenciada calcada no death metal, migrando em seguida para o grind core brutal. Essa faixa ganhou um Lyric Video este ano (assista aqui) e contou com a participação especial de Zé Misanthrope (A Peste, Ex-Omfalos).

Quebrante tem pouco mais de trinta e um minutos de duração e vinte e três faixas. É o quarto full-length dos cearenses e é mais uma resposta do porquê a banda se tornou um dos principais nomes do grindcore nacional. Um álbum com uma grande produção, honesto, brutal e sem frescuras e que mantém o legado da banda intacto e cada vez mais forte.

O álbum está disponível nas versões física e digital nos links abaixo:

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store@blackholeprods.com

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quinta-feira, outubro 25, 2018

Disruption Path divulga lyric-video

O Disruption Path, banda de Death Metal de Porto Ferreira-SP está prestes a lançar seu primeiro registro, o EP "Warped Sanity". Fundada em 2016, o quarteto é composto por Helton Henrique (vocal), Fernando Alan (guitarra), Adler Maximiano (baixo) e Daniel Fuzaro (bateria). Em pouco mais de dois anos de estrada, a banda se infiltrou rapidamente na cena underground e passou a integrar importantes eventos do interior, chegando a se apresentar em sua cidade natal ao lado dos gigantes do Krisiun. 

O EP surge em um momento de grande entrosamento da banda, que trouxe uma boa maturidade sonora, tendo influência de grandes nomes do metal extremo mundial e introduzindo uma identidade própria que não é tão simples de se criar em um estilo facilmente saturado. "Warped Sanity" foi gravado no estúdio Mob Dick em Santa Rita do Passa Quatro. A gravação, mixagem e masterização ficaram sob a responsabilidade de Alexandre Machanocker. O mesmo produziu o trabalho ao lado do próprio Disruption Path. 

Enquanto o EP ainda não está disponível nas versões física e digital, a banda disponibilizou em seu canal no Youtube seu primeiro lyric video. A faixa "Insane And Sick" foi a obra escolhida para a primeira amostra do que vem por aí.

Confira: 


terça-feira, outubro 02, 2018

::Resenha:: Miasthenia - Antípodas


Após a grande aceitação de headbangers e mídia especializada do full-length "Legados do Inframundo", lançado em 2014, o Miasthenia retorna com "Antípodas". Gravado, mixado e masterizado no Broad Band Studio em Brasília-DF e produzido por Caio Duarte e Miasthenia entre julho e dezembro de 2016. O álbum foi lançado em 2017.

O Miasthenia é uma banda com experiência de sobra. Fundada em 1994, na capital do país e com diversos registros lançados, a banda conquistou o respeito do metal nacional. De público, bandas, produtores e demais envolvidos na cena. É um dos nomes mais fortes do metal extremo brasileiro. E como se isso tudo não fosse o suficiente, Hécate e cia depositam na história do metal tupiniquim uma relíquia, a qual chamaram de "Antípodas". O valor da obra de arte já começa a ficar evidente com a parte visual do CD. Que trabalho impecável! Um digipack lindo e que facilmente se destaca em uma estante de CDs com seu verde notável. Capa, encarte e layout que tiveram as mão de Márcio Menezes (Blasphemator Art), Fabricio Rodrigues de Castro e Slanderer Possessed são de muito bom gosto. Ideia e execução em ótima sintonia, entregando um trabalho que casa perfeitamente com a temática apresentada. 

Com relação à música contida em Antípodas, é muito difícil destacar uma ou outra faixa como o ponto forte, pois todo o trabalho é excelente e as composições se completam. Além da aula de história que Hécate nos proporciona, a banda também oferece ao fã, uma aula de técnica, criatividade e inspiração na criação do trabalho. De qualquer forma, tentei discorrer sobre o CD da melhor maneira possível. Confira abaixo.

A introdução "Ymaguare" é toda cantada em dialeto indígena e remete à rituais de tribos. Guitarras e fortes percussões acompanham os coros que conferem imponência à interpretação da letra. 

O som de ondas quebrando na praia que faz referência à chegada das tropas vindas do velho mundo também anuncia o metal muito bem construído/executado e com uma identidade forte. "Novus Orbis Profanum" é a primeira grande obra deste álbum. A forma como guitarra e teclado se encaixam cria uma atmosfera incrível, que é ao mesmo tempo envolvente e sombria. O vocal de Hécate evolui a cada novo álbum e a linha vocal desta faixa merece destaque, encaixando muito bem na parte instrumental e destilando agressividade. E como soa bem o português cantado dentro dessa musicalidade, ao contrário do que muitos dizem a respeito do nosso idioma no metal, seja extremo ou não. A faixa tem ainda um belo refrão, com uma ótima melodia.

Hécate - vocal e teclados. 

"Coniupuyaras" ganhou um incrível videoclipe, com uma grande produção, para contar a história das amazonas, uma nação de mulheres guerreiras que combatiam invasores ferozmente e, segundo relatos, cada uma delas equivalia a dez homens lutando. A música é repleta de ótimos riffs com timbres mais agudos das guitarras e arranjos rápidos, acompanhados por uma percussão precisa e igualmente veloz. Os coros dão ainda mais qualidade aos trabalhos vocais, que destilam um refrão marcante.

A faixa-título é uma das mais imponentes, com um riff venenoso que chama a atenção logo na primeira ouvida e uma bateria complexa e veloz no início e mais cadenciada em outros trechos. O refrão, cantado em vozes limpas e acompanhadas pelos teclados e por riffs abafados é uma bela passagem da música. É a faixa mais longa do álbum e uma das mais complexas, com diversos elementos, que passam até pelo heavy metal, mas com uma sonoridade mais black metal. "Antípodas" também está representada em um lyric video, divulgado em outubro de 2017.

"Ossário" com um início dedilhado nas guitarras, levadas cadenciadas e belos solos cai em uma pegada muito boa e rápida. Uma letra muito interessante, com mais um ótimo e marcante refrão, talvez um dos mais marcantes, pelas notas no teclado, riffs, blast beats da bateria e vocais. Toda a banda trabalhando muito bem nesta faixa. A sensação que temos ao ouvir as músicas com o encarte em mãos é de que estamos realmente acompanhando um livro de história e de brinde, uma ótima trilha sonora para acompanhar.

"Bestiários Humanos" é a última obra deste álbum, que conta com oito faixas no total. E é uma composição bastante versátil, com um início quase arrastado, passando por trechos mais velozes calcados em riffs palhetados com muita qualidade e ótimas pegadas e solos. Mais uma vez o teclado cria climas interessantes e coesos.

Resumidamente, Antípodas é um álbum fenomenal e um dos grandes trabalhos do metal nacional feito nos últimos tempos. Criativo, técnico, com uma identidade única e experiência palpável. Provavelmente a maior obra do Miasthenia até aqui, que, sem dúvidas, ainda tem muita lenha pra queimar.

O álbum está disponível nas versões física e digital:

Comprar:

Mutilation Records
Nuktmeron Productions

Digital:

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segunda-feira, outubro 01, 2018

Scalped divulga novo single. Confira.

Os mineiros do Scalped não param. Após as brutalidades insanas do EP "Psychopath" e do álbum "Synchronicity of Autophagic Hedonism", a banda se prepara para o lançamento de mais um full-length. E o álbum, que terá a assinatura do selo Songs For Satan, já tem seu primeiro single, divulgado recentemente pela banda. A faixa, que traz a mesma selvageria sonora encontrada nos trabalhos anteriores, recebeu o título de "Aphasia". Embora a essência permaneça a mesma, é notável uma leve mudança em seu som, com novas experimentações, que conferem mais riqueza e um maior repertório sonoro, com a exploração de mais técnica e criatividade. A arte, que acompanha a violência dos bangers, foi desenvolvida por K Lee. 

Confira o novo trabalho abaixo: 

Queiron: Novo álbum a caminho

Queiron - Endless Potential of a Renegade Vanguard (2018). Capa de Alcides Burn

"Endless Potential of a Renegade Vanguard" é o título escolhido para o quinto álbum do Queiron. Cinco anos após o bem sucedido "Sodomiticvm Per Conclave", a banda de Death Metal de Capivari-SP retorna com um novo trabalho. O álbum será lançado pela Heavy Metal Rock em novembro de 2018 e será o primeiro registro com a formação atual, que conta com Marcelo Grous (vocal e guitarra), Luciano Fernandes (guitarra), Luís Henrique (baixo) e Oscar M. Vision (bateria). A arte da capa, que foi divulgada recentemente teve a assinatura de Alcides Burn, que já trabalhou com Funeratus, Krisiun, Blood Red Throne, Sanctifier e diversas outras bandas. O layout do álbum também ficou a cargo do artista. O full-length terá nove faixas e é lançado no ano em que a banda comemora 23 anos de carreira. Os títulos das composições também foram divulgados. Confira abaixo:

1 - Imperia Caedes
2 - Pestis Pain
3 - Denial Upon The Heavenly Scorn
4 - Iussu Caelest Negabunt (instrumental)
5 - Misleading Mission
6 - King Of Damned Proclamation
7 - Unholy Perverse Rapture
8 - Tombs I Desecrate
9 - Endless Potential Of A Renegade Vanguard

Ouça no link abaixo o álbum The Shepherd of Tophet, de 2010:

sexta-feira, setembro 21, 2018

::Resenha:: Desalmado - Save Us From Ourselves


Em 06 de fevereiro de 2018, o Desalmado lançava "Save Us From Ourselves". O full-length, que é seu quinto trabalho foi lançado pela Black Hole Productions e Helena Discos. Produzido por Hugo Silva e Desalmado, mixado por Hugo Silva e gravado no Family Mob Studio em São Paulo-SP no ano de 2017. Pode ser errado julgar um livro pela capa, mas "Save Us From Ourselves" já passa uma ótima impressão na parte visual. O Desalmado acertou a mão na escolha do artista Jeca Paul que desenvolveu uma belíssima arte para a capa do álbum. O disco é o primeiro com letras em inglês na carreira da banda, que possui quatro outros registros cantados em português, contando um split com o Homicide de São José-SC. Curiosidade à parte, ainda antes de ser batizada como Desalmado, o nome da banda era El Fuego e o idioma das letras era o espanhol.

Se a banda já soava insana em português, o mesmo aconteceu com o inglês, que encaixou muito bem em sua proposta e foi incorporado em um grande momento, possivelmente o auge dos paulistanos e os crava como um dos principais nomes do grindcore nacional. O novo álbum é muito bem gravado e produzido e mostra uma nítida evolução sonora e criativa. A porrada está mais presente do que nunca, mas tanto produção quanto o setor criativo distanciaram o grupo do chamado anti-música. Mas, calma! Obviamente as raízes ainda estão lá. 

Sem nenhum tipo de introdução e direto ao ponto, "Privilege Walls" abre o álbum em uma hostilidade sonora. Muito peso e agressividade em blast beats e palhetadas unindo death metal e grindcore. Caio alcança um timbre vocal feroz que instigaria o fã à juntar-se a uma briga ou a uma revolta popular. Letra, instrumental e vozes estão em perfeita sintonia nesta composição. 

Seguindo com "It's Not Your Business", faixa que ganhou um lyric video em outubro do ano passado, um riff grindcore com um pé no punk soa sujo, convocando os fãs para o mosh pit. A bateria trabalha bastante com rápidas viradas e condução coesa do tempo. A guitarra apresenta uma base pesada e sombria denunciando a influência do Death Metal na obra, além de uma levada cadenciada muito boa, que é um contraponto de destaque do som.

"Save Us From Ourselves", a faixa-título, é um dos momentos de grandes destaques. Com uma introdução que apresenta uma atmosfera mais pesada, criada por uma percussão, executada por Thiago Sonho, e riffs arrastados e densos. Uma pegada compassada do tipo que envolve todo o público presente logo se transforma em um som mais acelerado com ótimos arranjos da guitarra. Refrão imponente, cantado com ódio. A música mais longa é também uma das melhores construções do trabalho.


A faixa "Blessed By Money" virou videoclipe, aliás, um ótimo videoclipe. Muito bem produzido e dirigido, abordando o desemprego e a degradação humana em uma grande metrópole. O clipe se passa nas ruas de São Paulo e foi lançado em maio deste ano. A música tem um início muito interessante e uma das melhores levadas do CD, no melhor estilo Napalm Death, grande influência dos músicos. Com uma passada acelerada, o peso do baixo tem grande importância preenchendo o som em diversos momentos, especialmente nas quebras de tempo.

Outra música que ganhou um videoclipe foi "Bridges to a New Dawn". Essa é mais uma que pega em cheio na veia do ouvinte. É incrível a capacidade dessa banda de compor músicas envolventes, seja na pancadaria, na velocidade ou na pegada arrastada. "Corrosion" e "Binary Collapse" são duas faixas curtas, a mais longa tem pouco mais de dois minutos, mas certamente não falta tempo para não deixar pedra sobre pedra. Blast beats e espancamento da bateria, riffs soltos característicos do grindcore formando uma trilha sonora perfeita para as letras ácidas, críticas e muito bem escritas sobre governos autoritários e o modo de vida moderno e decadente da sociedade.

"Exist and Resist" é a "saideira" do álbum. E é, provavelmente, a música mais Death Metal do CD. O riff inicial me remeteu à uma das fases do Malevolent Creation. Mais um refrão forte com uma base muito boa e uma cozinha pesada marcando muito bem o tempo. O discurso de Leo Mesquita, que encaixou muio bem na faixa, fecha o álbum fazendo críticas ao capitalismo. O discurso, junto ao restante da letra é um chamado para um levante popular contra um sistema opressor que favorece poderosos.

"Save Us From Ourselves" é O grande trabalho do Desalmado. Grindcore genuíno com boas pitadas de metal extremo. Muita técnica, vontade e ódio. Letras inteligentes e bem desenvolvidas e ativismo político/social. Sem dúvidas um dos grandes álbuns nacionais de 2018. Parabéns aos envolvidos.

O CD está disponível para venda e audição online nos links abaixo:

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Black Hole Productions
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terça-feira, setembro 18, 2018

::Resenha:: Drowned - 7TH


Vinte e quatro anos de metal, inúmeras turnês, diversos trabalhos consagrados e o sétimo álbum lançado. Intitulado justamente como "7TH", o Drowned acaba com o silêncio de seis anos sem o lançamento de um novo trabalho e retorna em grande estilo. Gravado entre outubro e dezembro de 2017 em Belo Horizonte-MG, a mixagem e a masterização ficaram a cargo do guitarrista Marcos Amorim, enquanto o design e a arte gráfica do álbum foram responsabilidades do vocalista Fernando Lima. O álbum, como um todo, passa a sensação de uma banda sob mudanças, em busca de uma identidade mais "clean", na ausência de um termo melhor. Encarte, digipack e até mesmo o novo logo (que também foi criado pelo vocalista) passam essa sensação, que acaba transbordando também para a parte musical. Aliás, a parte gráfica merece uma menção à parte, pois o encarte é bastante diferenciado, com ótimas fotos e imagens e até mesmo a forma como as letras das músicas foram dispostas chamam a atenção. 

Composto por 11 faixas e mais de 46 minutos, a parte técnica e criativa parecem ter sido prioridades durante a elaboração da nova obra. A sonoridade da parte instrumental segue basicamente a mesma linha dos últimos trabalhos, mas há uma notável diferença nos vocais, inclusive com a inclusão de vocais mais limpos.

"The Bitter Art of Detestation" inicia os trabalhos. Uma música bem desenvolvida, com bastante trabalho da bateria, quebrando o tempo em passagens interessantes, afinação pesada das guitarras que inserem ótimos grooves a linha vocal é muito bem executada e o refrão dá um bom contraponto, com coros em vozes e instrumentos mais limpos. A voz de Fernando soa um pouco diferente de outros trabalhos sim, mas é notável que o vocalista tem total controle da técnica. O timbre casou muito bem com a musicalidade da banda.

"Rage Before Some Hope" é o single divulgado no início deste ano. Com guitarras e cozinha pesadas e riffs com belas pegadas, o trabalho do vocalista é admirável, dado à sua versatilidade, pois apresenta vocais limpos em bons coros apresentados no refrão e rasgados/agressivos, como o longo berro que encerra a música.

"Toothless Messiah" tem um início bem heavy metal, mas o pedal duplo e o vocal gutural logo surgem, injetando mais peso na composição. Nesta faixa, ficam evidentes alguns experimentos da banda, apostando em elementos que denunciam uma sonoridade mais moderna, distanciando-se do  do metal extremo que era mais presente no início da carreira.



"Murder, Sex Hate And More" é uma das mais pesadas do álbum e tem passagens interessantes, lembrando um pouco de metal progressivo, com belas linhas de baixo, destacando-se dos outros instrumentos. Há uma estrutura bem bacana da bateria, bons solos das guitarras e riffs com mais melodias.

Com boas críticas sociais, "Violent March of Chaos" é uma música contra ditadores e um chamado pelo enfrentamento popular contra um sistema falido enquanto "Epidemic and God Selfishness" aborda o egoísmo, intolerância e opressão que tomam conta da sociedade nos últimos tempos. Essa faixa, a sétima música do sétimo álbum, tem uma atmosfera que casa bem com a letra. Boas levadas cadenciadas guiadas pelas guitarras e até algumas linhas de vocais mais agudos, saindo de uma possível zona de conforto do vocalista.

"Elitist Heaven Ruled By Devil" tem talvez o refrão mais marcante do álbum, com a união de vozes graves limpas e guturais, trazendo um resultado muito harmonioso. Com pouco mais de três minutos, a faixa mais curta do álbum traz boas melodias e solos mais trabalhados, além de uma percussão que se impõe em diversos momentos em mais uma obra muito boa.

"KRH317" tem um início pesado dando espaço para um pequeno solo de baixo que desfila seu belo e grave timbre em notas curtas que preenchem o ambiente. Uma composição com participação intensa de todos os músicos e por consequência, muito rica em elementos apresentados.

"Ministry of National Inquisition" é o ato final do novo álbum dos mineiros. Com uma levada cadenciada, mais uma vez o baixo se destaca com sua boa sonoridade. Além da variação dos vocais, a banda insere alguns efeitos nas vozes de Fernando e, rápidos riffs constroem a essência dos ápices da música. As guitarras também são destaque em arranjos melódicos na reta final da música.

7TH é um trabalho audacioso, que surpreenderá os fãs e talvez não agrade os mais conservadores de imediato. A banda certamente ofereceu uma nova proposta neste álbum e embora a essência seja a mesma, a utilização de novos elementos lhes deu uma nova sonoridade e até uma nova cara. No entanto, (com o risco de soar contraditório) ao analisar a carreira do Drowned, a sonoridade e a criatividade alcançada neste novo álbum parecem ser uma espécie de evolução natural de seu som, pois há sim similaridades entre o "7TH" e o "Butchery Age", por exemplo. Os músicos estão criativamente maduros, com uma identidade muito bem definida e as novas experiências culminaram em um grande resultado final. Este é, possivelmente, o álbum mais complexo da carreira e que seguramente vale a pena conferir.


O álbum está disponível para audição online e para compra nos links abaixo:

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Cogumelo Records

domingo, setembro 16, 2018

::Resenha:: Two Old Men


Quando você se acostuma a escrever sobre um determinado assunto, é comum você cair na besteira de adquirir vícios e sua escrita se tornar meio automática, fazendo com que você chegue a contestar seu vocabulário por parecer que está sempre escrevendo a mesma coisa. No meu caso, grande culpa disso é o fato de eu nunca ter estudado jornalismo e decidido falar sobre metal simplesmente por gostar da prática. Como grande parte das resenhas redigidas neste blog são de metal pesado (thrash, death e black), a sensação de já ter usado certa expressão algumas vezes fica ressurgindo de vez em quando. No entanto, de vez em quando surgem bandas que são verdadeiros desafios e com uma bela botinada, te arrancam da zona de conforto. E sem dúvidas (para mim), esse foi o caso do Two Old Men. Executando um som com o qual não tenho grande intimidade, escrita automática e vocabulário padrão não tiveram vez. Portanto, posso afirmar que redigir essa resenha foi tanto desafiador, quanto divertido. Torço para não frustrar leitores do blog, músicos e fãs da banda. 

Experiência é o que não falta para a dupla Cláudio e Paulo. O primeiro integrou a banda God (Death Metal de Vinhedo-SP) no início dos anos 90 e o segundo integra as bandas Abömydögs e No Sense, além de já ter deixado sua marca no Empire of Souls, In Hell, Mystic Death e Wrinkled Witch. Claudio Cardoso assumiu guitarra, baixo e vocais do álbum, enquanto Paulo Ferramenta foi o responsável por bateria e backing vocals. O CD, que possui 13 faixas, foi produzido pelo duo e por Ivan Pellicciotti e gravado, mixado e masterizado por Ivan Pellicciotti em O Beco Estúdio. A arte que ilustra o encarte é de Natan Viana.

A dupla define seu com como "evil rock", mas há um pouco de muita coisa nesse trabalho. Rock n' roll, metal clássico, metal extremo. A fonte de onde a banda bebe é grande. "Two Old Men", é a faixa  de abertura. Ventos, uma gaita soando e uma narração sobre tudo o que acontece quando dois velhos amigos se reúnem para beber e em algumas vezes, demônios estão ouvindo também.

O som de "Of Time" inicia-se com uma guitarra pesada e densa, vocal gutural e percussão bem compassada. O baixo, com uma ótima sonoridade, palpável e colocando muito peso na composição.

Em "My Friend The Devil", a gaita ressurge contrapondo-se a um dos riffs mais marcantes deste trabalho. Um som arrastado em que acordes e linhas vocais trilham juntos criando uma sonoridade muito boa. O vocal, um meio termo entre grave e rasgado, compõe a alma da obra, que exibe uma notória variação rítmica com a participação de Arthur Von Barbarian (baterista do Vulcano) no vocal. A voz aguda e melódica de Arthur somada à quebra do tempo dão ares de Led Zeppelin ao som. Justiça seja feita, o vocal agudo rouba a cena por aqui. E o encerramento da música com o dueto entre vocal gutural e agudo ficou excelente. Certamente uma das melhores criações do álbum.

"In The Deep" e "Black Clouds" são músicas no estilo heavy n' roll, com uma veia meio Motörhead. Destaque para pedais duplos e o belo e forte peso do baixo. A segunda segue um ritmo mais agitado e envolvente, enquanto a primeira é cadenciada e com uma boa levada.


"Babalon" é a música mais curta do álbum. Com menos de dois minutos de duração, dá um bom destaque para a cozinha que pisa no acelerador e mostra muito do groove presente na veia do duo. E embalados pela crescida da velocidade, "Alike" pega carona em bases e percussões com pedais duplos bem rápidos, até desacelerar novamente, apresentando uma transformação musical onde a banda cai com os dois pés no rock n' blues. A sonoridade da obra te transporta para um encontro de motociclistas. Mas não se deixe enganar pelo som, pois a letra não é nada festiva. "Alike" aborda diversos sofrimentos da humanidade e questiona a onipotência de um deus que permite que tudo isso aconteça.

"Don't Kiss Me Baby" é um som com presença intensa da bateria, onde Paulo mostra parte de seu repertório. A faixa tem uma pegada marcante e a participação de Marly Cardoso (vocalista do No Sense) emprestando sua voz agressiva e ríspida ao som do Two Old Men. A união trouxe um excelente resultado para a composição. Aliás, é justo dizer que ambas as participações foram muito bem escolhidas pela banda, pois casaram muito bem com o som, cada um à seu estilo.

"Poison Love" tem um dos melhores e mais marcantes riffs de todo o álbum e o refrão também é um dos que mais se destacam. Interessantes passagens de guitarra e baixo, além de outras passagens bateria/vocal bem singulares.

Encerrando o álbum, os "Dois Velhos" apresentam a faixa mais longa. "Stone of the Witch". Trata-se de mais uma faixa com boa variação rítmica, apresentando diversos elementos interessantes. Timbre de guitarra rock n' roll unido a um baixo pesado e levada cadenciada na bateria que também faz uso dos pedais duplos.

O Two Old Men surgiu em 2012 em Santos-SP e esse é seu segundo trabalho, lançaram o EP "Don't Kiss Me Baby" em 2014. A banda possui uma ótima proposta e cumpre muito bem esta ideia. Paulo e Claudio bebem de diversas fontes e isso fica transparente ao longo dos quarenta e três minutos de duração deste CD. Em áreas praticamente saturadas como o metal e o rock n' roll, onde muitas bandas soam repetitivas, o Two Old Men prova que criatividade não é problema. Seu primeiro full-length certamente agradará fãs do rock n' roll até o metal extremo.

O álbum pode ser ouvido gratuitamente nos links abaixo:

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quinta-feira, setembro 13, 2018

Order of Destruction divulga novo videoclipe

A Order of Destruction (Thrash Metal - São José do Rio Preto-SP) acaba de presentear os fãs com um novo trabalho. Trata-se do videoclipe do single "Let It Rise", que deve integrar o primeiro álbum completo da banda, em fase final de composição. O álbum será o sucessor do elogiado EP "Disobey", lançado em 2017. (Resenha: Order of Destruction - Disobey)

O novo videoclipe teve a produção de Weslley David e a participação da atriz Ana Luisa Gatto. Vídeo e música possuem uma atmosfera e sonoridade sombrias. A banda já está soando um pouco diferente em relação ao seu EP de 2017, com boas experimentações, conferindo criatividade e personalidade aos garotos. Já falamos aqui e repetimos. Anota o nome aí, porque essa molecada vai longe.

Confira o videoclipe abaixo. 


terça-feira, setembro 11, 2018

::Resenha:: Scalped - Synchronicity of Autophagic Hedonism

Synchronicity of Autophagic Hedonism - 2018. Arte: Pablo Miconi.

Scalped é uma banda que nasceu em 2012 no absurdo celeiro de bandas que é a capital mineira, Belo Horizonte. Em 2014 lançaram o EP Psychopath de maneira independente com apoio da Black Legion Productions. Em apenas cinco faixas, o Scalped mostrou que não entrou nessa para brincadeira. O EP já chama a atenção pela excelente capa e transborda violência para a parte musical. Mais três anos se passaram até o lançamento de seu primeiro álbum, "Synchronicity of Autophagic Hedonism", que foi gravado em 2017 nos estúdios Roffer e Óxido, ambos em Belo Horizonte. Mixado e masterizado no Estúdio Roffer por Marcelo Roffer, produzido por Thiago Prado, Marcelo Roffer e pelo próprio Scalped. A banda oferece ao seu público neste álbum duas opções de capa. A "oficial" foi feita por Pablo Miconi e a capa "bônus" ficou sob responsabilidade de Emerson Maia. 

Antes mesmo de desembalar o CD, você já nota que tem algo muito promissor em mãos, pois pela quantidade de selos envolvidos no lançamento e divulgação do álbum, não tem como a coisa ser frustrante. E ao dar o play, você deve se preparar, pois a audição do CD é quase uma agressão física. Composto de onze faixas de um death metal brutal executado na velocidade da luz, toda a banda esbanja técnica e intimidade com sua função. Desnecessário mencionar os blast beats e palhetadas insanos de tão velozes e o vocal gutural aos extremos que se pode alcançar em um timbre grave. Seguindo a linha de bandas como Dying Fetus, Benighted e Aborted, o "Sychronicity..." é uma exemplificação perfeita da expressão metal extremo. 

Obviamente a banda não se resume a uma música rápida e pesada e sabe explorar muito bem levadas cadenciadas, criando excelentes contrapontos e passagens que acertam na veia, com arranjos influenciados pelo death metal norte americano.

Synchronicity of Autophagic Hedonism - 2018. Arte: Emerson Maia.

Thiago Macedo e Claydson Silva se revezam em solos penetrantes com influências da escola clássica do metal, desferindo riffs rápidos e venenosos em faixas como "Fulminant Idiosincracy" e "Natural Disgrace". Os trabalhos dos vocais gutural e agudo se interpondo dão mais alma à desgraça sonora. A banda, que se diz influenciada pelos conterrâneos de Sepultura e Sarcófago, também deixa transparente a influência dos primeiros discos do Krisiun em suas composições. Em "Natural Disgrace", há momentos com mais melodia, sem deixar a brutalidade sair de vista, obviamente.

Algumas faixas como "Overpopulation", "Final Round" e "Fuck Your Opinion" flertam fortemente com o Grindcore, sem nunca deixar o Death Metal de lado. Essas são, possivelmente, as faixas mais rápidas e pesadas do álbum. Um apanhado da podreira de cada estilo que resultou em três composições brutalmente agradáveis.

"Destruction and Chaos" tem um título que define a parte instrumental perfeitamente. Excelentes riffs totalmente intrincados no Death Metal, lembrando grandes nomes do metal extremo mundial. Com passagens interessantes e criativas da cozinha, ganhando espaço com pausas das guitarras, a música faz uma ponte muito boa para a próxima faixa "Psychopath", quase fazendo parecer que ainda se trata da mesma música. A linha do tempo ficou muito boa aqui. Mas basta a faixa seis evoluir um pouco para ficar mais do que claro que se trata de uma nova composição. A linha vocal é muito bem desenvolvida e desafia o fôlego do vocalista Fernando Campos, que expressa no refrão desta faixa uma de suas participações mais interessantes do trabalho. Cantando na melodia do riff, o vocal gutural dá um resultado muito legal.

Scalped. Da esquerda p/ direita: Bruno Mota, Marcelo Augusto, Fernando Campos e Thiago Macedo.

Em "Scalped", a música inicia-se com uma pegada diferenciada na bateria, que conduz o ritmo em uma pegada thrash/death metal. Além das tradicionais partes ultra velozes, há algumas levadas arrastadas que são contagiantes e riffs e solos marcantes. Uma das músicas com mais variações rítmicas e com uma ótima construção.

Fechando o álbum, a banda apresenta uma faixa de quase doze minutos. "Blood, Pain and Feeling". Com momentos de duetos de guitarras criando uma espécie de balada do metal acompanhada com ruídos de chuva e trovões. O som da natureza continua soando, agora com a ausência das guitarras e após pouco mais de quatro minutos de sons de água e raios atingindo o solo, Beethoven ganha espaço. Sim, o compositor alemão que viveu entre os séculos XVIII e XIX. O pianista aparece aqui nas composições "Sonata ao Luar" e "Abertura Egmont Op. 84". No mínimo inesperado em um disco de brutal death metal. No entanto, particularmente, achei de ótimo gosto. E se o álbum é uma destruição sonora do início até perto do fim, o encerramento é apoteótico.

Composições, parte visual e produção do álbum são realmente muito boas, coisas de banda que se importa com o fã. Um CD que faz valer cada centavo gasto. Se você está puto com a humanidade e todos os inúmeros problemas que ela trouxe, o Scalped também está e descarrega o ódio da melhor maneira possível, com letras ácidas e violência musical. Uma trilha sonora para um mundo apocalíptico.

O álbum está à venda nas lojas do ramo e a versão digital pode ser ouvida gratuitamente em diversas plataformas de streaming. Listamos alguns links abaixo:

Versão física do CD:

Cogumelo Records
Extreme Sound Records
Heavy Metal Rock

Versão digital do CD:

Deezer
iTunes
Play Store
Spotify